Qual a melhor ração para ovelha? Guia Nutricional

Escolher a alimentação correta para o seu rebanho de ovinos é uma das decisões mais importantes para garantir a saúde, a produtividade e a lucratividade da sua criação. A nutrição adequada impacta diretamente o ganho de peso, a taxa de reprodução e a qualidade da lã ou da carne.

Este guia foi criado para ser seu recurso definitivo. Aqui, você aprenderá a diferenciar os tipos de ração, a entender as necessidades nutricionais de cada fase da vida dos animais e a tomar decisões informadas para otimizar o manejo alimentar de ovinos, evitando erros comuns que podem custar caro.

Um erro surpreendentemente comum é confundir ração para animais de companhia com alimentação para ovinos. Produtos com "sabor ovelha" ou "sabor cordeiro" que você encontra em pet shops são formulados para cães e gatos.

Eles possuem ingredientes e níveis de proteína, gordura e minerais completamente inadequados para ruminantes como as ovelhas. A composição é pensada para carnívoros ou onívoros, não para herbívoros com um sistema digestivo complexo.

Fornecer ração de pet para ovinos pode causar distúrbios digestivos graves, como acidose ruminal, e desequilíbrios metabólicos. A ração específica para ovinos é desenvolvida considerando a fisiologia do rúmen, o órgão responsável pela fermentação das fibras.

Ela contém ingredientes como milho, farelo de soja e aditivos específicos que promovem a saúde ruminal e atendem às exigências nutricionais dos ovinos, que são muito diferentes das de um cão.

A "melhor" ração não é um produto único, mas aquela que melhor se adapta às necessidades do seu sistema de produção. A escolha ideal depende de uma análise cuidadosa de múltiplos fatores.

Ignorar qualquer um deles pode resultar em gastos desnecessários ou em desempenho abaixo do esperado. Antes de comprar, avalie os seguintes pontos:

• Fase de vida do animal: As necessidades de um cordeiro em crescimento são muito diferentes das de uma ovelha adulta em manutenção.
• Sistema de produção: A alimentação para ovinos de corte (engorda rápida) é diferente da de ovinos de leite (produção de leite) ou de lã.
• Qualidade da forragem: A ração é um complemento ao pasto. Se sua forragem é pobre, a ração precisa compensar essa deficiência com mais energia e proteína.
• Objetivo da suplementação: Você precisa de uma ração para terminação, para melhorar a fertilidade ou para ajudar as ovelhas na lactação? Cada objetivo exige uma formulação diferente.
• Custo-benefício: Analise o preço da ração em relação ao ganho de peso ou à produção de leite que ela proporciona. O produto mais barato nem sempre é o mais econômico.

As exigências nutricionais dos ovinos mudam drasticamente ao longo de suas vidas. Entender essas fases é fundamental para um manejo alimentar de ovinos eficiente e para maximizar o potencial genético do seu rebanho.

Para cordeiros, a estratégia de creep-feeding ovinos é essencial. Consiste em fornecer uma ração para cordeiros de alta qualidade, com cerca de 18% a 20% de proteína bruta, em um cocho privativo ao qual só eles têm acesso.

Isso acelera o desenvolvimento do rúmen, promove um desmame menos estressante e resulta em maior peso na desmama. A ração para borregos, na fase de recria, pode ter um teor de proteína ligeiramente menor, entre 14% e 16%, focando no crescimento estrutural e na formação da carcaça.

As fêmeas exigem atenção especial. Durante o terço final da gestação, as necessidades energéticas e proteicas aumentam exponencialmente para sustentar o crescimento dos fetos. Uma suplementação adequada previne a toxemia da prenhez, uma doença metabólica grave.

Já na lactação, a demanda nutricional atinge seu pico. A ovelha precisa de uma dieta rica em energia e proteína para produzir leite de qualidade e em quantidade suficiente para seus cordeiros, sem perder excessiva condição corporal.

Os reprodutores, ou carneiros, têm uma necessidade de manutenção fora da estação de monta. Contudo, cerca de 30 a 45 dias antes do período de acasalamento, é recomendável praticar o "flushing".

Essa técnica consiste em aumentar a oferta de energia e proteína na dieta para melhorar a condição corporal, a libido e a qualidade do sêmen, resultando em melhores taxas de concepção no rebanho.

A composição de uma ração de qualidade para ovelhas é o que define seu desempenho. Os ingredientes não são escolhidos ao acaso, cada um tem uma função específica no organismo do animal.

Fontes de energia, como milho e sorgo moído, são a base para o ganho de peso e para todas as funções vitais. Fontes de proteína, como o farelo de soja e o farelo de algodão, são os blocos de construção para músculos, órgãos e para a produção de leite e lã.

A fibra, proveniente de ingredientes como a casca de soja, é vital para a saúde do rúmen, estimulando a ruminação e mantendo o pH digestivo estável. Além dos macronutrientes, os micronutrientes são igualmente importantes.

A formulação deve conter um balanço correto de minerais como cálcio e fósforo, essenciais para o esqueleto, e microminerais como selênio e zinco, que atuam na imunidade e reprodução.

É fundamental usar uma fórmula específica para ovinos, pois eles são extremamente sensíveis ao excesso de cobre, um mineral que é adicionado em níveis mais altos em rações para bovinos e pode ser tóxico para ovelhas.

Muitos criadores iniciantes confundem a função do concentrado e do sal mineral. Entender a diferença é crucial para evitar erros nutricionais. A ração concentrada para ovinos é um alimento completo em termos de nutrientes.

Ela fornece um pacote de energia, proteína, vitaminas e minerais. Seu objetivo é suplementar a dieta de forragem, preenchendo as lacunas nutricionais para atender às altas demandas de fases críticas como crescimento, gestação e lactação.

O sal mineral para ovelhas, por outro lado, não é uma fonte significativa de energia ou proteína. Sua função exclusiva é fornecer macro e microminerais que estão deficientes no pasto.

O consumo de sal mineral é muito menor, geralmente de algumas gramas por dia. Ele é essencial para prevenir doenças metabólicas e garantir o funcionamento correto do organismo, mas não substitui um concentrado quando o animal precisa de mais energia e proteína para produzir.

Os dois produtos são ferramentas complementares e não excludentes no manejo alimentar.