Qual o melhor piolet: Guia para escolher o seu
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Escolher um piolet é uma das decisões de segurança mais importantes para qualquer alpinista. Essa ferramenta não é apenas um acessório, é sua principal conexão com a montanha em terrenos de neve e gelo.
Um piolet correto ajuda na progressão, realiza auto-retenções para frear quedas e serve como ponto de ancoragem. Este guia informativo foi criado para te ensinar a analisar os critérios essenciais.
Você aprenderá a diferenciar os tipos de piolet, a escolher o comprimento certo e a entender as certificações de segurança, capacitando você a selecionar o equipamento perfeito para seus objetivos na montanha.
Piolet Clássico ou Técnico: Qual o ideal para você?
A primeira decisão ao escolher seu piolet é definir o tipo de atividade que você irá praticar. Existem duas categorias principais: piolets clássicos e piolets técnicos. A escolha errada pode comprometer sua segurança e seu desempenho.
O piolet clássico, também chamado de piolet de caminhada, é projetado para o alpinismo tradicional e travessias em geleiras. Ele funciona como um terceiro ponto de apoio, semelhante a um bastão de caminhada em terrenos inclinados.
Sua principal função de segurança é a auto-retenção, ou self-arrest, em caso de um escorregão na neve.
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As características de um piolet clássico incluem um cabo reto ou com uma leve curvatura, e um comprimento maior, que varia conforme a altura do alpinista. Já o piolet técnico é uma ferramenta de escalada.
Projetado para terrenos verticais de gelo e misto, ele é usado em pares. Seu cabo possui uma curvatura acentuada para facilitar a escalada e evitar que seus dedos batam no gelo. Piolets técnicos são mais curtos, robustos e frequentemente modulares, permitindo a troca de lâminas para se adaptar a diferentes condições de gelo.
Se seu objetivo é escalar cachoeiras de gelo ou faces alpinas íngremes, você precisará de piolets técnicos.
Guia de Compra: Fatores Essenciais para Escolher
Além da distinção entre clássico e técnico, outros detalhes definem o desempenho de um piolet. Analisar esses fatores garante que a ferramenta se ajuste perfeitamente ao seu estilo e às suas necessidades.
- Curvatura da Lâmina (Pick): Lâminas com curvatura positiva, ou clássica, são ideais para auto-retenção, pois penetram na neve de forma controlada. Lâminas com curvatura negativa, ou reversa, são encontradas em piolets técnicos e oferecem melhor performance para se prender em gelo duro e fendas de rocha.
- Material: A maioria dos piolets combina uma cabeça de aço com um cabo de alumínio. O aço na cabeça garante durabilidade e resistência ao impacto, enquanto o alumínio no cabo reduz o peso total. O aço cromolibdênio é um material de alta qualidade para a cabeça, oferecendo excelente resistência.
- Pá (Adze) vs. Martelo (Hammer): A pá é a configuração padrão para piolets clássicos, útil para cavar degraus na neve ou limpar uma plataforma para ancoragem. O martelo substitui a pá em piolets técnicos e é usado para fincar estacas de neve (snow pickets) ou pitons em escaladas mistas.
- Modularidade: Piolets técnicos de ponta são modulares. Isso significa que você pode trocar a lâmina, a pá ou o martelo. A modularidade oferece versatilidade para adaptar a ferramenta a diferentes tipos de escalada e permite a substituição de peças desgastadas sem precisar comprar um piolet novo.
Comprimento e Peso: Como Medir o Piolet Perfeito?
O comprimento correto de um piolet clássico é fundamental para o conforto e a segurança durante a progressão. Para descobrir sua medida ideal, fique em pé com os braços relaxados ao lado do corpo e segure o piolet pela cabeça.
A ponta do piolet, chamada de espigão, deve ficar na altura do seu tornozelo. Um piolet muito longo pode se arrastar no chão e atrapalhar em terrenos mais íngremes. Um piolet muito curto forçará você a se curvar desconfortavelmente para usá-lo como apoio, comprometendo seu equilíbrio.
Para piolets técnicos, a lógica é diferente. Eles são usados como ferramentas de escalada, suspensos acima da cabeça, e não como apoio para caminhada. Por isso, são sempre mais curtos, geralmente com cerca de 50 cm, independentemente da altura do escalador.
O peso também é um fator decisivo. Piolets mais leves são preferíveis para longas expedições e alpinismo clássico, pois reduzem a fadiga. No entanto, piolets com uma cabeça um pouco mais pesada possuem um balanço superior, facilitando a penetração em gelo duro com menos esforço.
A escolha ideal depende do equilíbrio entre a redução do peso para o transporte e a eficiência da ferramenta na escalada.
Certificações UIAA e CE: O Selo de Segurança
Ao comprar um piolet, você verá as marcações CE e, idealmente, UIAA. A marcação CE indica que o produto atende aos requisitos mínimos de segurança e saúde da União Europeia. A certificação UIAA (União Internacional das Associações de Alpinismo) é um padrão global mais rigoroso, específico para equipamentos de montanhismo.
Um piolet com selo UIAA passou por testes mais exigentes, oferecendo uma garantia adicional de qualidade e resistência.
Dentro dessas certificações, os piolets são classificados como Tipo 1/B (Básico) ou Tipo 2/T (Técnico). Piolets do Tipo B são projetados para o alpinismo clássico. Eles são testados para resistir às forças típicas de uma travessia glacial e de uma auto-retenção.
Piolets do Tipo T possuem cabo e lâmina muito mais resistentes. Eles são testados para suportar as altas cargas geradas durante a escalada em gelo, dry tooling e na construção de ancoragens complexas.
A escolha entre B e T não é sobre qual é melhor, mas sobre qual é o apropriado para sua atividade. Usar um piolet Tipo B para escalada técnica em gelo é inadequado e perigoso.
Acessórios e Manutenção: Cuidando do Equipamento
Cuidar bem do seu piolet prolonga sua vida útil e garante que ele funcione quando você mais precisar. As dragonas, ou leashes, são um acessório essencial para evitar a perda do equipamento.
Para piolets clássicos, uma dragona simples de pulso é suficiente. Para piolets técnicos, usam-se sistemas elásticos que se prendem ao arnês, permitindo a troca de mãos e o manuseio livre das ferramentas sem o risco de deixá-las cair.
A manutenção regular é simples, mas vital. Use protetores de borracha na lâmina, na pá e no espigão durante o transporte para proteger sua mochila, suas roupas e você mesmo. Após o uso, seque completamente o piolet para evitar corrosão.
Inspecione a lâmina e o espigão periodicamente. Se estiverem cegos ou com rebarbas, afie-os com uma lima manual. Nunca use um esmeril elétrico, pois o calor gerado pode enfraquecer o metal.
Antes de cada saída, faça uma inspeção visual completa em busca de rachaduras, deformações ou desgaste excessivo. Um piolet danificado deve ser aposentado imediatamente.
Perguntas Frequentes
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Mariana Rodrígues Rivera
Jornalista pela UNESP com MBA pela USP. Mariana supervisiona toda produção editorial do Guia o Melhor, garantindo análises imparciais, metodologia rigorosa e informações úteis.

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