Qual o Melhor NAS? Guia de Baias, CPU e RAM

Escolher um servidor NAS pode parecer uma tarefa complexa, mas este guia simplifica o processo. Aqui, você entenderá os fatores cruciais como número de baias, processador, memória RAM e ecossistema de software.

O objetivo é capacitar você a encontrar a nuvem pessoal perfeita para suas necessidades de backup, streaming de mídia e compartilhamento de arquivos, sem jargões técnicos desnecessários.

A escolha de um NAS vai muito além do preço. O hardware interno define o que você pode fazer com ele. Um dispositivo para simples backup de fotos tem necessidades diferentes de um servidor de mídia que transmite filmes em 4K.

Analise estes quatro pilares para tomar a decisão correta.

• Número de Baias: As baias são os espaços onde você insere os discos rígidos (HDs). Um NAS de 2 baias é ideal para iniciantes que buscam criar uma cópia segura de seus dados (RAID 1). Para usuários que precisam de mais espaço e proteção com eficiência, um modelo de 4 baias é a melhor escolha, permitindo configurações como RAID 5. Pequenas empresas ou entusiastas de mídia podem optar por 5 ou mais baias para máxima capacidade e flexibilidade.
• Processador (CPU): O cérebro do seu NAS. Processadores ARM são energeticamente eficientes e ótimos para tarefas básicas de arquivo e backup. Para quem deseja usar o NAS como um Plex Media Server e transmitir vídeos, um processador Intel Celeron com tecnologia Quick Sync Video é o ponto de partida ideal. Ele lida com a transcodificação de vídeos 1080p e até 4K com facilidade. CPUs mais potentes como Intel Core i3 ou superior são voltados para virtualização e uso empresarial intenso.
• Memória RAM: A RAM afeta diretamente a capacidade do NAS de executar múltiplas tarefas. Para uso básico, 2 GB são suficientes. Se você planeja usar vários aplicativos, como um servidor Plex, gerenciador de downloads e sistema de vigilância, 4 GB é o recomendado para uma experiência fluida. Para virtualização ou para lidar com muitos usuários simultâneos, invista em 8 GB ou mais. Muitos modelos permitem a expansão da RAM posteriormente.
• Conectividade: A porta de rede padrão é de 1 Gigabit (1GbE), suficiente para a maioria dos lares. No entanto, portas de 2.5GbE estão se tornando comuns e oferecem um aumento significativo de velocidade para transferências de arquivos grandes. Para profissionais de vídeo ou ambientes de escritório, a conectividade 10GbE é transformadora. Considere também a presença de slots M.2 NVMe, que permitem usar SSDs como cache para acelerar o acesso a arquivos frequentemente usados.

O mercado de armazenamento em rede é dominado por algumas marcas principais, cada uma com sua filosofia de produto. A escolha entre elas geralmente se resume a uma preferência entre software amigável e hardware robusto.

A Synology é a favorita de quem busca simplicidade e um ecossistema de software polido. Seu sistema operacional, o DiskStation Manager (DSM), é aclamado por sua interface intuitiva, que se assemelha a um desktop de computador.

É a escolha perfeita para usuários domésticos e pequenas empresas que querem uma solução de nuvem pessoal que funcione sem complicações, com um vasto leque de aplicativos para backup, fotos e produtividade.

A QNAP, por outro lado, foca em oferecer hardware mais potente e flexível pelo mesmo preço. Seus dispositivos frequentemente incluem mais opções de conectividade, como portas 2.5GbE, saídas HDMI para reprodução direta de mídia e slots de expansão PCIe.

Seu sistema QTS é extremamente poderoso e customizável, atraindo usuários avançados e entusiastas que gostam de ter controle total sobre o equipamento.

A TerraMaster surge como uma forte concorrente no quesito custo-benefício. Ela oferece hardware competitivo a preços mais acessíveis que as duas gigantes do setor. Embora seu sistema operacional, o TOS, não seja tão refinado quanto o DSM da Synology ou tão repleto de recursos quanto o QTS da QNAP, ele cumpre as funções essenciais de um servidor NAS de forma competente.

É uma ótima opção para quem tem um orçamento limitado, mas não quer abrir mão de desempenho.

A experiência de uso de um NAS é definida pelo seu sistema operacional. O DSM da Synology e o QTS da QNAP representam duas abordagens diferentes para o gerenciamento do seu armazenamento em rede.

O DiskStation Manager (DSM) da Synology é sinônimo de elegância e facilidade de uso. Sua interface gráfica é limpa e organizada, tornando tarefas complexas como a configuração de backups ou a criação de usuários algo trivial.

O Synology Photos e o Synology Drive são exemplos de aplicativos que criam uma experiência de nuvem pessoal coesa e integrada, rivalizando com serviços como Google Photos e Dropbox.

A estabilidade do sistema é um ponto forte, ideal para quem busca uma solução que exige pouca manutenção.

O QTS da QNAP é a escolha para o usuário que quer poder. Ele oferece um nível de personalização e controle de hardware muito superior. Você tem acesso a configurações de rede detalhadas, opções de virtualização avançadas e um ecossistema de aplicativos que aproveita o hardware potente, como softwares de edição de vídeo e centrais de multimídia.

A curva de aprendizado pode ser maior, mas o potencial para quem explora seus recursos é imenso.

RAID (Redundant Array of Independent Disks) é uma tecnologia que combina múltiplos discos rígidos em uma única unidade lógica para melhorar o desempenho ou fornecer redundância de dados.

Entender os níveis básicos é fundamental para proteger seus arquivos.

• RAID 1 (Espelhamento): Requer dois discos. Todos os dados gravados em um disco são instantaneamente copiados para o segundo. Se um disco falhar, seus dados estão seguros no outro. A desvantagem é que você só utiliza 50% da capacidade total de armazenamento. É a escolha ideal para dados críticos em um NAS de 2 baias.
• RAID 5 (Paridade Distribuída): Requer no mínimo três discos. Os dados são distribuídos entre os discos, junto com uma informação de paridade. Se um disco falhar, os dados podem ser reconstruídos a partir dos discos restantes e da paridade. Oferece um ótimo equilíbrio entre segurança e aproveitamento de espaço. Em um sistema com quatro discos de 4 TB, você teria 12 TB de espaço útil e proteção contra a falha de um disco.
• RAID 6: Similar ao RAID 5, mas usa dupla paridade. Requer no mínimo quatro discos e protege contra a falha simultânea de até dois discos. É recomendado para sistemas com muitos discos, onde a chance de uma segunda falha durante a reconstrução de um RAID 5 é maior.
• SHR (Synology Hybrid RAID): Uma tecnologia exclusiva da Synology que simplifica o gerenciamento do RAID. O SHR permite misturar discos de tamanhos diferentes e otimiza o espaço de armazenamento. Também facilita a expansão do volume no futuro. Para a maioria dos usuários de Synology, o SHR é a melhor e mais flexível opção.

Uma das aplicações mais populares para um NAS doméstico é transformá-lo em um servidor de mídia pessoal com o Plex. O Plex organiza suas coleções de filmes, séries e músicas em uma interface elegante, similar à da Netflix, e permite que você acesse seu conteúdo em qualquer dispositivo, em qualquer lugar.

O ponto chave para uma boa experiência com Plex é a capacidade de transcodificação do NAS. Transcodificação é o processo de converter um arquivo de vídeo em tempo real para um formato compatível com o dispositivo que o está reproduzindo, seja seu celular, sua TV ou um console de videogame.

Essa tarefa exige muito do processador. Para isso, um NAS com CPU Intel (Celeron, Pentium ou Core) que possua a tecnologia Quick Sync Video é altamente recomendado. Ele consegue transcodificar vídeos em 1080p e até 4K com consumo mínimo de energia, algo que processadores baseados em ARM não conseguem fazer eficientemente.

Com a configuração correta, seu servidor NAS se torna a fonte definitiva de entretenimento para toda a família.