Qual o Melhor Ar Condicionado Central: Split ou Central?

Você busca climatizar múltiplos ambientes e encontrou o termo 'ar condicionado central', mas não tem certeza do que ele significa ou se é a melhor opção para seu imóvel. A confusão é comum, principalmente ao comparar com os modelos Split e Multi Split.

Este guia explica as diferenças fundamentais entre o sistema de ar condicionado central, também conhecido como dutado, e as soluções Split. Ajudaremos você a entender os custos, a complexidade da instalação e qual tecnologia se encaixa melhor nas suas necessidades para tomar uma decisão informada.

Um sistema de ar condicionado central funciona de maneira diferente dos aparelhos que vemos nas paredes. Em vez de unidades individuais em cada cômodo, ele utiliza uma única e potente unidade, composta por condensadora e evaporadora, geralmente instalada em uma área externa, laje ou casa de máquinas.

Essa unidade refrigera o ar e o distribui por toda a casa através de uma rede de dutos metálicos escondidos no forro de gesso ou sob o piso. O ar climatizado entra nos ambientes por meio de grelhas discretas instaladas no teto ou na parede.

O principal diferencial é a estética e a integração arquitetônica. Com um sistema de dutos, não há equipamentos visíveis dentro dos cômodos, apenas as saídas de ar. Isso resulta em um visual mais limpo e sofisticado, sendo a escolha preferida em projetos de alto padrão, residências amplas e ambientes comerciais.

O controle da temperatura é feito por um ou mais termostatos instalados em pontos estratégicos da casa, que regulam o funcionamento de todo o sistema de forma unificada.

A principal dúvida é escolher entre um sistema central e um sistema Split. Um ar condicionado Split tradicional consiste em uma unidade externa (condensadora) e uma unidade interna (evaporadora) para climatizar um único ambiente.

Já o sistema Multi Split utiliza uma única condensadora para alimentar de duas a cinco evaporadoras, permitindo climatizar vários cômodos. Mesmo assim, o Multi Split não é um sistema central.

A diferença fundamental reside na forma como o ar é distribuído.

• Distribuição de Ar: O sistema central usa dutos para levar o ar a todos os ambientes simultaneamente. O sistema Split (e Multi Split) tem evaporadoras que climatizam cada cômodo de forma independente.
• Controle de Temperatura: No sistema central, o controle é unificado por um termostato geral, significando que todos os cômodos recebem ar na mesma temperatura. Sistemas Split oferecem controle individual por controle remoto em cada ambiente, permitindo temperaturas diferentes.
• Estética: O sistema central é quase invisível, com apenas grelhas discretas. O Split deixa uma unidade aparente na parede de cada cômodo.
• Instalação: A instalação do central é uma obra complexa que exige planejamento e rebaixamento de forro. A do Split é mais simples, necessitando apenas de uma pequena perfuração na parede para conectar as unidades.

A escolha por um sistema de ar condicionado central dutado oferece benefícios claros, mas também apresenta desvantagens importantes que você precisa considerar. A principal vantagem é a climatização uniforme e a estética superior.

O ar é distribuído de forma homogênea, sem os jatos de vento direto comuns nos modelos Split. A ausência de unidades internas preserva a decoração e valoriza o imóvel. Além disso, por ter a unidade principal instalada do lado de fora, o sistema é extremamente silencioso dentro de casa.

Por outro lado, o custo e a complexidade são as maiores barreiras. A instalação de um sistema de dutos é cara e invasiva, sendo mais adequada para imóveis em construção ou que passarão por uma reforma completa.

Outro ponto negativo é a falta de controle individual de temperatura, a menos que se invista em sistemas de zoneamento, que são ainda mais caros. A manutenção também é um fator: a limpeza periódica dos dutos é essencial para garantir a qualidade do ar e deve ser feita por empresas especializadas, representando um custo contínuo maior que a limpeza de um filtro de Split.

Um sistema Split, especialmente com tecnologia Inverter, é a solução mais prática e flexível para a maioria das residências. Se você mora em um apartamento ou casa já construída e não planeja uma reforma estrutural, o Split é a escolha certa.

A instalação é rápida, barata e muito menos invasiva. A flexibilidade é outro ponto forte. Com Splits individuais ou um sistema Multi Split, você pode definir temperaturas diferentes para cada ambiente.

Isso é perfeito para famílias onde uma pessoa prefere o quarto mais frio para dormir, enquanto outra precisa de uma temperatura mais amena na sala de estar.

Para quem busca eficiência energética, os modelos com tecnologia Inverter são imbatíveis. Eles ajustam a velocidade do compressor para manter a temperatura desejada sem picos de energia, o que pode gerar uma economia de até 60% na conta de luz em comparação com modelos convencionais.

Marcas como Samsung, com sua linha WindFree que dispersa o ar suavemente, e Springer Midea, conhecida pela durabilidade, oferecem ótimas opções. Portanto, se seu foco é custo-benefício, flexibilidade e facilidade de instalação, o sistema Split é superior.

Analisar os custos de forma completa é fundamental. O preço de um sistema de ar condicionado central não se resume ao equipamento. O custo da instalação é o fator que mais pesa. Ele envolve a contratação de um engenheiro ou arquiteto para o projeto, a compra de dutos, grelhas, a mão de obra para a montagem e a obra civil para o rebaixamento do forro.

Esse valor pode facilmente ultrapassar o dobro ou o triplo do custo do próprio aparelho.

Em comparação, a instalação de um ar condicionado Split é muito mais acessível. O custo se limita à mão de obra do técnico credenciado e a alguns metros de tubulação de cobre. A manutenção também segue essa lógica.

A limpeza dos filtros de um Split pode ser feita por você mesmo, e a higienização profissional anual tem um custo previsível. Já a manutenção de um sistema central, que inclui a limpeza de toda a rede de dutos para evitar a proliferação de fungos e bactérias, é um serviço especializado e significativamente mais caro.

Dimensionar a capacidade correta, medida em BTUs (British Thermal Unit), é essencial para a eficiência do sistema. Um aparelho subdimensionado não vai gelar o ambiente e trabalhará no limite, gastando mais energia.

Um aparelho superdimensionado vai gelar rápido demais e desligar, sem desumidificar o ar corretamente, causando desconforto.

• Regra Básica: Calcule entre 600 a 800 BTUs por metro quadrado (m²). Use 600 para ambientes com pouca incidência solar e 800 para locais com forte exposição ao sol.
• Pessoas e Eletrônicos: Adicione 600 BTUs para cada pessoa adicional no ambiente (além da primeira) e 600 BTUs para cada aparelho eletrônico que gera calor, como computadores e TVs.
• Exemplo Prático: Para um quarto de 15 m² com duas pessoas, um computador e sol da tarde, o cálculo seria: (15 m² x 800 BTUs) + 600 BTUs (pessoa extra) + 600 BTUs (computador) = 12.000 + 600 + 600 = 13.200 BTUs. Nesse caso, um aparelho de 12.000 BTUs pode ser suficiente, mas um de 18.000 BTUs seria mais garantido em dias muito quentes.
• Sistema Central: Para um sistema de ar condicionado central, o cálculo é muito mais complexo. Ele deve considerar a área total a ser climatizada, o volume de todos os ambientes, perdas térmicas em janelas, pé-direito e o isolamento da construção. Esse cálculo deve ser feito exclusivamente por um engenheiro de climatização.