Qual a Melhor Guitarra de 8 Cordas: Guia Completo

Escolher uma guitarra de 8 cordas é uma decisão que vai além da marca ou do visual. Você precisa entender os componentes que definem o timbre e a tocabilidade deste instrumento complexo.

Este guia informativo foi criado para ser seu recurso definitivo. Aqui, você não encontrará uma lista de produtos, mas sim o conhecimento necessário para analisar qualquer modelo do mercado.

Abordaremos desde o comprimento da escala e o tipo de captador até as madeiras do corpo e as marcas que lideram o segmento. Ao final, você terá a confiança para decidir qual a melhor guitarra de 8 cordas para o seu som e estilo.

A escolha da guitarra de 8 cordas ideal depende de uma análise cuidadosa de cinco fatores principais. Cada um desses elementos afeta diretamente o som, o conforto e a performance do instrumento.

Antes de decidir, avalie como cada um se alinha às suas necessidades como músico. Um guitarrista de djent que busca clareza nos riffs graves terá prioridades diferentes de um músico de jazz experimental.

• Comprimento da Escala: Guitarras de 8 cordas exigem escalas mais longas (geralmente de 27 a 30 polegadas) para manter a tensão adequada nas cordas graves. A alternativa é a escala multiscale, ou fanned frets.
• Captadores: A escolha entre ativos e passivos é uma das mais importantes. Captadores ativos oferecem alta saída e clareza, ideais para alto ganho, enquanto os passivos proporcionam mais dinâmica e um timbre orgânico.
• Madeira do Corpo e Braço: Madeiras como mogno, ash e basswood oferecem características sonoras distintas que influenciam o peso, o sustain e a equalização natural do instrumento.
• Ponte: A maioria das guitarras de 8 cordas utiliza pontes fixas para garantir estabilidade de afinação e sustain, essenciais para tunings baixos. Pontes com tremolo são raras e mais complexas de manter.
• Marca e Orçamento: Marcas como Ibanez e Schecter dominam este nicho, oferecendo modelos desde opções para iniciantes até instrumentos de nível profissional. Defina seu orçamento para filtrar as opções disponíveis.

Duas marcas se destacam consistentemente no mercado de guitarras de alcance estendido. Ibanez e Schecter foram pioneiras e continuam a inovar, oferecendo a maior variedade de modelos de 8 cordas.

A Ibanez é frequentemente associada a braços finos e rápidos, como o perfil Wizard, sendo a escolha de muitos músicos focados em velocidade e precisão técnica. Seus modelos vão desde a acessível série RG8 até as sofisticadas linhas Prestige e Axe Design Lab, que exploram designs ergonômicos e madeiras exóticas.

A Schecter, por outro lado, construiu sua reputação no metal moderno. Seus instrumentos são conhecidos pela construção robusta e por virem de fábrica com componentes de alta qualidade, como captadores Fishman Fluence ou EMG.

Modelos como o C-8 ou a linha Reaper são perfeitos para o guitarrista que busca um instrumento pronto para o palco e o estúdio, sem a necessidade de upgrades imediatos. Outras marcas como Jackson, com suas séries Pro e os modelos de assinatura de Misha Mansoor, e a ESP/LTD, também oferecem excelentes opções para quem procura timbres pesados e construção confiável.

A escala multiscale, também conhecida como fanned frets, é uma inovação de design que se tornou popular em guitarras de 8 cordas. A ideia é simples: a escala tem comprimentos diferentes para cordas diferentes.

A corda mais grave (8ª) tem uma escala mais longa (ex: 28 polegadas), enquanto a mais aguda (1ª) tem uma escala mais curta (ex: 26 polegadas). Isso resulta em trastes que se abrem em ângulo, como um leque.

O principal benefício é a tensão de corda otimizada. A escala longa nas cordas graves garante que elas permaneçam firmes e definidas, mesmo em afinações muito baixas, eliminando o som "flácido" e melhorando a clareza dos riffs.

Nas cordas agudas, a escala mais curta facilita bends e vibratos. Para quem busca a máxima definição em acordes complexos e riffs percussivos no estilo djent, a escala multiscale é uma excelente escolha.

A desvantagem é o período de adaptação, que pode ser rápido para alguns e mais demorado para outros, além de um custo geralmente mais elevado.

A escolha dos captadores define a voz da sua guitarra. Em um instrumento de 8 cordas, essa decisão é ainda mais crítica. Captadores ativos, como os da EMG e Fishman Fluence, usam um pré-amplificador interno alimentado por uma bateria de 9V.

Eles oferecem um sinal de alta saída, com baixo ruído e uma compressão natural que ajuda a manter a clareza e a articulação sob altas doses de ganho. Se você toca metal moderno, djent ou qualquer estilo que exige um timbre agressivo e preciso, os captadores ativos são a escolha padrão.

Captadores passivos, como os da Seymour Duncan ou DiMarzio, não precisam de bateria e são conhecidos por sua resposta dinâmica. Eles reagem com mais sensibilidade à força da sua palhetada, oferecendo um som mais orgânico e expressivo.

Para o músico que quer um timbre que limpa bem ao diminuir o volume da guitarra e que possui uma gama tonal mais ampla, os passivos são ideais. A desvantagem é que podem ser mais suscetíveis a ruídos, e podem soar menos definidos nos registros graves com muito ganho, a menos que sejam projetados especificamente para guitarras de 8 cordas.

Embora os captadores e o amplificador moldem a maior parte do som, a madeira do corpo e do braço fornece a base sônica do instrumento. Ela influencia o sustain, a ressonância e a equalização fundamental da guitarra.

Em guitarras de 8 cordas, a escolha da madeira ajuda a equilibrar o espectro de frequências.

• Mogno (Mahogany): É uma madeira densa que produz um timbre quente, com médios pronunciados e excelente sustain. É uma escolha clássica para sons pesados e encorpados.
• Ash: Oferece um som mais brilhante e articulado, com graves firmes e agudos estalados. É uma ótima opção para guitarristas que precisam de clareza máxima em acordes e riffs rápidos.
• Basswood: É uma madeira leve com uma resposta de frequência muito neutra. Funciona como uma tela em branco, permitindo que os captadores definam o timbre. É comum em guitarras Ibanez, favorecendo a velocidade e o conforto.
• Alder: Similar ao basswood, mas com um pouco mais de presença nos médios-graves, oferecendo um bom equilíbrio entre calor e clareza.

A afinação padrão para uma guitarra de 8 cordas é F# B E A D G B E, adicionando uma corda F# grave e uma B grave à afinação padrão de 6 cordas. Essa extensão abre um novo território sônico para riffs e texturas.

Para manter a estabilidade e a tocabilidade, é fundamental usar encordoamentos com calibres adequados. Um conjunto típico para 8 cordas pode variar de .009 ou .010 na primeira corda até .

074 ou .080 na oitava.

Muitos músicos de metal moderno utilizam afinações alternativas, como a afinação "Drop E", onde a oitava corda é afinada em E (E B E A D G B E). Isso facilita a execução de power chords com um dedo nas cordas graves, um pilar do som djent.

A escolha do calibre das cordas deve ser feita com base na afinação desejada e no comprimento da escala da sua guitarra. Escalas mais longas podem usar calibres ligeiramente mais leves, enquanto escalas mais curtas exigem cordas mais grossas para manter a tensão correta.